quinta-feira, junho 7

A Garota dos Pés de Vidro [Ali Shaw] - Resenha

Sinopse: Cenários cinematográficos, paisagens paradisíacas, pântanos congelados com animais transformados em vidro, florestas brancas, penhascos monocromáticos, um oceano de baleias, lendas e águas-vivas. Este é o universo fantástico de Ali Shaw, autor britânico que renova as fábulas e cria uma inusitada história de amor. Midas é um tímido fotógrafo ilhéu. Ida é uma jovem aventureira que vem ao arquipélago de Saint Hauda's Land buscar a cura para sua misteriosa doença. Ela está se transformando em vidro e juntos buscam uma solução. O que eles mais precisam é de tempo - e o tempo está passando rápido. Será que vão encontrar uma maneira de evitar a propagação do vidro?


Autor: Ali Shaw


Páginas: 287


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            Uma coisa que deixou perplexa em grande parte das resenhas soltas pela internet - pessoas julgando um livro intencionalmente existencial como se devesse se assimilar a algum Harry Potter.
            O gênero fica em meio-termo entre o romance psicológico e a elegia. Falando no pessoal, me apaixonei pela narrativa bucólica e elementar da obra, me fez sentir suja e mecanizada em alguns momentos, como se me transformasse em vidro junto com Ida. Midas contagia com sua ingenuidade e Ida com sua malícia e cobiça de libertação, os dois se completam, e descobrem isso aos poucos conforme o tempo passa. Henry filosofa sobre o irrecuperável, Carl vive um amor eternamente obsessivo.
            Não é uma história feita para gerar suspense, e sim REFLEXÃO. Pra mim, isso é perceptível desde os primeiros capítulos, mas pelo visto nem todos entenderam.
            Pra quem não leu, uma recomendação: Estejam no clima de um universo frio e intenso da fantasia, não tenham EXPECTATIVAS EQUIVOCADAS. O livro não é ruim. Ali Shaw produziu um trabalho incrível, quem fez a cabeça para um suposto texto cheio de pontos de virada e grandes revelações que cometeu um erro. Abram seus olhos.

domingo, fevereiro 19

A Esperança [Suzanne Collins] - Resenha

Sinopse: Depois de sobreviver duas vezes à crueldade de uma arena projetada para destruí-la, Katniss acreditava que não precisaria mais de lutar. Mas as regras do jogo mudaram: com a chegada dos rebeldes do lendário Distrito 13, enfim é possível organizar uma resistência. Começou a revolução. A coragem de Katniss nos jogos fez nascer a esperança em um país disposto a fazer de tudo para se livrar da opressão. E agora, contra a própria vontade, ela precisa assumir seu lugar como símbolo da causa rebelde. Ela precisa virar o Tordo.

Autor: Suzanne Collins

Páginas: 424


Trilogia: Jogos Vorazes




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        Assim que terminei de ler "Em Chamas", entrei na página de resenhas do terceiro livro, e uma expectativa enorme, descomunal, foi crescendo dentro de mim, quando me deparei com textos expressando o quão violento, maravilhoso e surpreendente o livro é. Quis desesperadamente experimentar o gostinho de saber o que aconteceria, e minha imaginação tomou rumos infinitos. Será que Katniss morreria? Será que Peeta e/ou Gale morreriam? Será que a nação inteira morreria? Será que ela seria pega e viraria uma Avox? Será que ET's levariam-nos para um lugar melhor?
        Conforme as páginas se passavam diante dos meus olhos, emoções inexplicáveis tomavam conta de mim, me levando às lágrimas de repente e constantemente. Porque aquela menina corajosa e radiante que narrava os acontecimentos em "Jogos Vorazes" não existia mais. Aos poucos você percebe a fragilidade e loucura que invadia seus pensamentos, e enlouquece junto com ela. E houveram pouquíssimos, 2 ou 3 parágrafos, que disseram isso diretamente. A narrativa te deixa tão apegado com Katniss, que te faz sentir o que ela sente, e por isso não são necessárias explicações. Os sentimentos simplesmente aparecem simultaneamente no leitor. Fiquei encantada. É uma sensação agonizante e ao mesmo tempo espetacular, pois apenas uma saga (trilogia, especificando)conseguiu fazer isso comigo. Após Harry Potter, Percy Jackson, As Crônicas de Narnia, Rangers, O Diário da Princesa, Poderosa... Só uma. Só Suzanne Collins teve capacidade de me envolver de um modo tão profundo e intimidante, tão revelador.
        E no final, me dei conta do que leva as pessoas a descreverem o livro como 'surpreendente'. A surpresa em si, não é uma reviravolta imensa. É o fato de que mesmo quando a sanidade se resume a pó, a felicidade está do seu lado quando você se permite reconhece-la.

quarta-feira, fevereiro 15

Gone [Michael Grant] - Resenha

SinopseEm um piscar de olhos, todos com mais de 14 anos desaparecem. Restam adolescentes. Pré-adolescentes. Crianças. Nenhum adulto. Nenhum professor, policial, médico ou responsável. Linhas de telefone, redes de televisão e a internet param de funcionar. Não há como pedir ajuda. A fome é intimidante e a violência começa. Os animais parecem estar se transformando, e uma criatura sinistra está à espreita. Os próprios adolescentes estão ficando diferentes, desenvolvendo novos talentos: poderes inimagináveis, perigosos e mortais, que crescem dia após dia. É um mundo novo e assustador. É preciso escolher um lado — e a guerra é inevitável.


Autor: Michael Grant


Páginas: 518








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        Bom, essa resenha vai contra (quase) todas as outras. Porque, ao contrário da maioria, definitivamente não gostei de Gone. Primeiro, pensem: Sam, Quinn, Astrid... Cadê a personalidade forte? O motivo de serem o centro da narrativa? Não encontrei nenhum. Foi montada uma turma fraca. Após as apresentações iniciais entram Edilio e Lana, que pelo contrário, possuem aquele toque especial. A escolha dos 3 personagens principais então me pareceu extremamente equivocada. E também existe Pequeno Pete, que mesmo autista e com 7 anos consegue ser mil vezes mais interessante do que todos os outros, mais um sinal do caos literário. Da metade do livro pra frente os coadjuvantes-que-deveriam-ser-mais-do-que-só-isso passam a parecer mais seguidores do que coadjuvantes, completamente esquecidos, para dar lugar ao bonitinho, o bobo e a inteligente (na mesma ordem dos nomes). Por acaso Michael Grant tentou fazer uma versão apocalíptica de Percy Jackson mixado com Jogos Vorazes? Se sim, o resultado saiu muito de quinta categoria. Nem um pouco original, se não foi baseado nos citados acima, foi no mínimo inspirado em semelhantes.
        Sobre a narrativa... É cansada. Flui de modo razoável, mas se torna aos poucos confusa e sem o menor suspense. Adivinhei cada revelação antes que fosse revelada, por que mesmo tendo ótimas explicações envolvendo a radioatividade e o código 1-4 o autor conduziu suas ideias muito mal. Com todos os pontos negativos, consegui chegar ao final. Assim que terminei fiquei em choque. Acho que pelo simples fato de esperar mais. Não surpreende, não emociona, não abala... É como se o fim fosse o meio, sem aquele BAM. É, ironicamente, apenas um puf, onomatopeia que apelida o acontecimento inicial do livro. 
        Uma palavra forte, mas não faço idéia de outra melhor para resumir esse livro: Insignificante. Concordo que deve ser muito difícil criar uma história com a narrativa que beira a perfeição e etc, então não menosprezo o trabalho de Michael Grant, mas se você se compromete a escrever uma, do meu ponto de vista, deveria pelo menos se diferenciar. E entre tantas batalhas, explicações, beijos e conversas familiares idiotas, diferencial é tudo que eu não encontro.

terça-feira, janeiro 31

Deuses - Acampamento - Confusão.

Quem já leu Percy Jackson muito provavelmente não hesitou em se lembrar dele agora. 






Eu vi o filme antes e até gostei, admito. Colocado como apenas um filme é bom. Mas assim que meu cérebro processou os primeiros capítulos de "O Ladrão de Raios" ele se revoltou. Não preciso descarregar tudo o que saiu diferente na adaptação porque já fiz isso com Harry Potter e sairia como um post repetido. Mas não custa lembrar que nas páginas Annabeth era loira dos cabelos cacheados e eles tinham 12 anos, só como uma amostra grátis. Olhando de um ponto de vista flexível, filmes são filmes e não precisam ser exatamente iguais aos livros. Mas não ser exatamente igual é uma coisa e ser uma versão distorcida e completamente Holywoodiana é outra. PORQUE, ME DIGAM, uma história divertida e diferente como PJ precisa se transformada em um romance adolescente só porque agora é passado em uma tela? Os produtores e adaptadores não podem fazer sequer um pequeno esforço para conservar a essência do livro sem fazer isso? Que desespero medonho de bilheteria. Espero que em "O Mar de Monstros" eles não continuem tendo essas brilhantes ideias e, por favor, não esqueçam da Clarisse dessa vez. Não escrevam diálogos melosos entre Annabeth e Percy. Não façam Grover parecer um idiota. Dêem mais valor aos coadjuvantes. Essa última vale pra todos.

segunda-feira, janeiro 23

E.T. - O Extraterrestre

Um dos maiores sucessos do cinema, como todos sabem, é E.T. 





Algum tempo atrás disse para a minha mãe que nunca tinha visto e ela foi correndo às lojas Americanas comprar para mim. Contando com o alarde que fazem em cima desse filme, esperei muito dele, e talvez por isso, foi muito menos do que eu esperava. Me pareceu deprimente. O tema é incrível: Um estraterreste que se perde na Terra é descoberto por um menino de 10 anos, que cuida dele e tenta ajudá-lo a voltar para seu planeta de origem. Porém, quando vi pela primeira vez, tive a impressão de que o filme era muito, mas muito comprido. Olhei atrás da capa do DVD e estava escrito: 120 minutos. Uma duração comum, nada demais. Como dizem que o que é bom dura pouco, parei para pensar no motivo que poderia ter me levado a essa sensação. Revi o filme uma semana depois e o vazio e desespero que ele deixara em mim antes se repetiu, e revelou a sua causa: Metade da história se resume à morte. Ele fica cinza, o menino mostra para a mãe, ela dá um escândalo e chama aqueles caras que pareciam astronautas - mas deveriam ser exterminadores (bom, até agora não descobri sua especialidade) - para mandarem o alien longe. Em seguida o filme se arrasta entre cenas do menino morrendo junto com o ET devido a ligação paranormal que ambos criaram, e do ET sendo congelado, e do menino lamentando pelo ET congelado. Se a minha noção de qualidade não estiver surpreendentemente destorcida, o núcleo do filme se perdeu e o que poderia ter sido uma lição de vida foi confundido com, basicamente, sofrimento.